Hora de deixar o bode quieto e ir direto ao que interessa. Ou: PERGUNTA PRA ELE, LULA!!!



Recomendação inicial para as pessoas analógicas, que, assim como eu, não se adaptaram ainda às modernas tecnologias: clicar com o mouse sobre os trechos destacados do texto abre as matérias que estão sendo referidas. 

Enquanto se investiga a relação de Jair Bolsonaro com o capeta, ele se aproveita do clima efervescente da véspera da eleição e aplica mais um duríssimo golpe na educacão, praticamente inviabilizando as universidades e institutos federais.

Enquanto se discute se Jair Bolsonaro é ou não irmão, confrade, ou o nome com que se tratam os cidadãos de bem da maçonaria, Arthur Lira defende o orçamento secreto, que é simplesmente o maior caso de corrupção da história dos poderes republicanos, e promete botar em discussão a  reforma administrativa, que pretende acabar com o serviço público. Atentem para a expressão serviço PÚBLICO. Quem acha que isso não é importante, ou pior, quem acha que o serviço público é só um grande cabide de emprego, peço que imagine a situação em que precise do trabalho de um auditor da receita federal ou de um servidor da previdência social que pode ser afastado ou até demitido livremente se fizer algo que desagrade o chefe do executivo. Sei que não é fácil de entender isto, mas um pouquinho de esforço intelectual nunca fez mal a ninguém, então, acreditem, o que os canalhas chamam de privilégios dos servidores e servidoras públicas são, na verdade, garantias para os cidadãos e cidadãs, que, por conta dessas garantias, têm serviços essenciais prestados por pessoas que não precisam se submeter aos desmandos da classe política. Um exemplo para ficar bem claro: uma juíza tem a prerrogativa da inamovibilidade, ou seja, ela não pode ser removida ou transferida por ordem superior. Caso não tenha essa segurança, ela vai estar sempre submetida à pressão de que o seu julgamento talvez não agrade um superior e que por isso ele determine que ela seja transferida. O exemplo contrário ocorre na iniciativa privada, quando o patrão pode obrigar o trabalhador a votar em quem ele determina, sob pena de perder o emprego. Ou oferecer 200 reais pelo voto. Vamos de novo: DUZENTOS REAIS. 

Ou seja, enquanto a grande mídia enreda o povo em discussões absolutamente irrelevantes, e a campanha de Lula perde tempo com isso, Jair Bolsonaro e seu exército criminoso vão passando a boiada. Aliás, o sujeito que defendeu a revogação das normas que defendem a natureza enquanto a mídia se ocupava com as milhares de mortes diárias pela covid, este criminoso se elegeu deputado federal por São Paulo. Assim como se elegeram muitos outros criminosos e criminosas país afora, como o juiz que manipulou os julgamentos da criminosa operação que destruiu setores importantes da economia brasileira. 

Quem sabe em vez de se preocupar com a imagem do bode na palestra da maçonaria, a gente começa a se perguntar por onde anda Milton Ribeiro, o corrupto por quem Jair Bolsonaro bota a cara no fogo? Ou vai mais a fundo para saber de onde a famiglia tirou dinheiro VIVO para pagar os imóveis milionários e cuja reportagem Bolsonaro conseguiu censurar? Aliás, essa censura foi tão absurda que nem mesmo o ministro terrivelmente evangélico conseguiu segurar. Seria bom, também, saber por que razões a Michele recebia cheques do Queiroz, não seria? 

Embora a relação da maçonaria com o poder seja espúria e tenha papel decisivo nas maiores desgraças do país ao longo de sua história - a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 é uma das piores -, neste momento, em que vai se decidir o futuro do país e o nosso futuro, é bom saber se o mito cristão é maçom, mas muito mais importante é que:

- as mulheres perguntem se o candidato Bolsonaro mudou de opinião em relação a não estuprar mulheres que não merecem

- as pessoas que são contra o aborto perguntem se o candidato Bolsonaro mudou de opinião em relação a abortar o próprio filho;

- as pessoas negras perguntem ao candidato Bolsonaro se ainda acha que afrodescendentes são vagabundos, que não servem nem pra procriar e devem ser pesados que nem bois;

- as pessoas LGBTQIA+ perguntem ao candidato Bolsonaro se ele ainda é incapaz de amar um filho homossexual e que preferia que esse filho morresse em um acidente;

- as pessoas que sofreram perdas com a Covid perguntem ao candidato Bolsonaro se ele ainda acha engraçada a falta de ar provocada pela doença;

- as pessoas que se preocupam com a economia do país perguntem se o candidato Bolsonaro vai continuar vendendo estatais brasileiras a preço de fim de feira.

Como essas pessoas não podem fazer essas e tantas outras perguntas diretamente ao candidato Bolsonaro, quem sabe a gente faz uma campanha para que o presidente Lula pergunte por nós nos próximos debates? 

PERGUNTA PRA ELE, LULA!!!

*Imagem de destaque copiada de: https://todoscomciro.com/news/ciro-responde-bolsonaro-assassino/. Acesso em: 6 de out. 2022.

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