Você vai votar em assassinos?



 O bolsonarismo assassinou Marcelo Arruda. Antes disso, o bolsonarismo assassinou Marielle e Ânderson, assassinou Mestre Moa do Katendê, assassinou Dom Phillips e Bruno Pereira, assassinou quase 700 mil pessoas pela Covid,  assassinou milhares de indígenas, pessoas negras, mulheres, pessoas LGBTQIAP+, crianças, homens e mulheres heterossexuais, pessoas que trabalham no serviço público e na atividade privada, profissionais liberais, gente de esquerda, de centro e até algumas pessoas de direita. O bolsonarismo assassina qualquer um ou uma que pense diferente, mesmo que seja por apenas um minuto. Mas vamos pensar agora somente no caso mais recente, o caso da semana, o assassinato de Marcelo Arruda.

Leio algumas matérias da grande mídia e ouço a rádio Gaúcha, da RBS, afiliada à Globo. O modelo é sempre o mesmo: fala-se que o assassino JORGE JOSÉ DA ROCHA GUARANHO, entrou na festa aos gritos de VIVA, BOLSONARO! e assassinou Marcelo, que era militante petista. Logo em seguida doura-se a pílula, dizendo que o combate à violência independe de questões partidárias, que é preciso conter os ânimos dos dois lados e bla, bla, bla. Esquecem de noticiar, porém, algum caso, um único caso de violência extrema praticado por alguém ligado à esquerda contra algum bolsonarista. E já digo que a fakeada de 2018 não vale! No noticiário das grandes redes, é preciso conter a violência extrema dos dois lados, mesmo que ela só exista de um único lado. Isso tem nome e o nome disso é hipocrisia. QUEM ASSASSINOU MARCELO ARRUDA FOI O BOLSONARISMO!

O Bolsonarismo se estruturou discursivamente na produção intelectual de Olavo de Carvalho, principalmente nos livros escritos nos anos 1990, e depois com a divulgação massiva de suas ideias nas redes sociais. A produção intelectual de Olavo de Carvalho gira em torno dos métodos da Doutrina de Segurança Nacional, que desde sempre elegeu um inimigo, o comunismo (a ameaça vermelha) e definiu uma única estratégia para combater esse inimigo: eliminá-lo. Literalmente. Dito de outra forma: assassiná-lo. Duas leituras fundamentais para entender esse sistema, além dos livros do próprio Olavo de Carvalho (sugiro "O Imbecil Coletivo"), são: "Brasil: Nunca Mais" e a resposta do Exército, que veio no livro quase secreto "Orvil", (livro escrito de trás pra frente), disponível aqui: https://www.averdadesufocada.com/images/orvil/orvil_completo.pdf). Quem preferir algo mais imediato e visualmente mais direto, pode ir nos vídeos da produtora Brasil Paralelo, disponíveis em grande número no Youtube. Neste caso, a minha sugestão é "1964: o Brasil entre armas e livros". Aí está uma síntese esclarecedora do bolsonarismo, que mostra sem nenhum tipo de pudor a sua disposição assassina.

Dia desses ouvi dizer que Jair Bolsonaro se manifestou contra a violência praticada em atos políticos. Foi logo depois do atentado na manifestação pró-Lula na Cinelândia, quando, obviamente, a mídia corporativa disse não saber se a bomba foi arremessada por algum bolsonarista. Pior do que isso, ouvi elogios a ele por isso, dizendo que essa é a postura que se espera de um líder político. Vamos corrigir alguns pontos. Jair Bolsonaro não é líder político de coisa alguma. Ele é uma marionete do sistema para o qual empresta o seu nome e vai ser dispensado assim que não tiver mais serventia ou que perder o cargo. Ou seja, em 1º de janeiro de de 2023 Bolsonaro será rejeito de matéria orgânica. Junto com seus filhos. O mais importante de tudo, porém, é que essa postura pacifista de Bolsonaro é mais uma grande mentira, que a mafiomídia, por interesse, tenta passar como verdade para convencer a população. O verdadeiro Bolsonaro é o que diz que a ditadura matou pouco; o que vai ao Acre dizer que petistas devem ser mortos; o que diz que tem mulheres que não merecem ser estupradas porque são feias. O verdadeiro Bolsonaro é o que diz que não é coveiro e por isso não tem nada a ver com as mortes pela Covid; o verdadeiro Bolsonaro é o que vai ao microfone do Congresso e, diante de milhões, talvez de bilhões de olhos e ouvidos pelo mundo, homenageia Carlos Alberto Brilhante Ustra, o torturador mais cruel e sanguinário do período pós-Golpe de 1º de Abril. Este é o verdadeiro Jair Messias Bolsonaro, um incentivador de assassinos, que fomenta a violência extrema em todos os momentos. 

Agora, diante do assassinato de Marcelo Arruda, Bolsonaro requenta uma mensagem sua de 2018, em que repudia a violência entre a sua militância e diz que esses devem aderir à esquerda, que essa sim prima pelas estratégias violentas. E os “isentos e isentas" jornalistas da mídia ultraliberal novamente não fazem nenhum esforço para desqualificar essa risível tentativa de Bolsonaro mostrar o que não é. Bolsonaro não é pacifista, Bolsonaro é um entusiasta da violência extrema e se diverte com os assassinatos cometidos pelo bolsonarismo. Não, senhoras e senhores jornalistas da mídia "imparcial", não adianta tentar botar todos no mesmo balaio. A militância de esquerda, com todos os problemas que precisa corrigir, não é assassina. O bolsonarismo é assassino. 

QUEM MATOU MARCELO ARRUDA FOI O BOLSONARISMO! E quem votar em Jair Bolsonaro e nos candidatos e candidatas bolsonaristas será cúmplice de assasinatos. 

Imagem de destaque copiada de: https://blogdacidadania.com.br/2018/02/bolsonaro-e-reincidente-em-pregar-assassinato-em-massa/. Acesso em: 11 de jul 2022.

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